A balada de Zeca Afonso com o título “Vampiros” surgiu em 1963, como crítica ao regime salazarista.
Nela, o autor critica a opressão vivida em Portugal e o modo como o povo é espoliado pelos senhores do regime.
Na balada, Zeca Afonso canta “no céu cinzento/sob o astro mudo/batendo as asas/pela noite calada/vêm em bandos/com pés de veludo/chupar o sangue/fresco da manada” ; podemos verificar uma referência à opressão e falta de liberdade de expressão nos adjetivos “mudo” e “calada” bem como uma alusão às más condições de vida vividas nesse período “chupar o sangue”.
O poeta e cantor refere que os autores da ditadura são “senhores à força” visto se imporem a si mesmos, sem o mínimo respeito pelo povo, usurpando o que pertencia ao povo “eles comem tudo e não deixam nada”.
Esta é uma balada de intervenção que caracteriza o regime fascista/salazarista, caracterizado pela falta de liberdade de expressão, de reunião, que não admitia eleições livres.
Este problema da falta de liberdade e da dureza da ditadura salazarista está patente na obra “Felizmente há luar”, de Sttau Monteiro na qual se faz referência ao peso político de um governo ditatorial, em que existe uma polícia política, a PIDE, que controla os cidadãos para verificar e delatar quem for contra o regime. Na obra também se mostra o contraste entre as classes sociais: uma classe alta, a do governo, que vive luxuosamente, enquanto o povo vive na miséria, levando-o à revolta, pois se quer tornar livre.